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sábado, 27 de abril de 2013

LEI PROÍBE EMPRESAS DE PERGUNTAREM A RELIGIÃO DO INTERESSADO À VAGA






https://www.youtube.com/watch?v=K3hhRjVTxFE


A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou projeto que proíbe empresas públicas ou privadas a perguntarem a religião praticada pelos entrevistados a uma vaga de emprego.



PROJETO DE LEI Nº 1644/2008
      EMENTA:
      PROÍBE INQUIRIR SOBRE A RELIGIÃO DO CANDIDATO EM QUESTIONÁRIOS DE EMPREGO, ADMISSÃO OU ADESÃO A EMPRESAS PÚBLICAS OU PRIVADAS, SOCIEDADES, CLUBES E AFINS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
Autor(es): VEREADOR ÁTILA NUNES NETO


A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
D E C R E T A :
    Art.1º - Proíbe inquirir por quaisquer meios sobre a religião do candidato a vaga em questionários, formulários ou entrevistas de emprego, admissão ou adesão a empresas públicas ou privadas, sociedades, clubes e afins.

    Art.2º - O descumprimento da presente Lei acarretará ao infrator a aplicação de multa, a qual poderá variar de cento e cinqüenta reais a dois mil e quinhentos reais por infração.

    Parágrafo único - No caso de reincidência a multa será aplicada em dobro e permanecendo a infração poderá ser suspenso o alvará do infrator.


    Art. 3º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
      Plenário Teotônio Villela, 25 de março de 2008.

      ÁTILA NUNES NETO

    JUSTIFICATIVA

    Em diferentes partes do mundo, assiste-se ao crescimento da intolerância religiosa, fenômeno que motivou a Resolução 2003/54 da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. O seu parágrafo 5º sublinha que as restrições à liberdade de professar religião ou crença só são permitidas se previstas em lei e necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde, a moral pública e os direitos e liberdades fundamentais. E se aplicadas de modo que não restrinjam o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. 
    Nossa Constituição Federal avançou bastante e define em seu artigo 3º inciso IV “- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. E ainda em seu artigo 5º - “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
    (...) 
    VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
    (...)
    VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
    (...)

    A Lei Orgânica Municipal obedecendo a Carta Magna dá maior ênfase em seu Art. 4º - O Município promoverá os valores que fundamentam a existência e a organização do Estado brasileiro, resguardando a soberania da Nação e de seu povo, a dignidade da pessoa humana, o caráter social do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo, visando à edificação de uma sociedade livre, justa e fraterna, isenta do arbítrio e de preconceitos de qualquer espécie e assentada no regime democrático.

    E mais:

    Art. 5º - Através da lei e dos demais atos de seus órgãos, o Município buscará assegurar imediata e plena efetividade dos direitos e franquias individuais e coletivos sancionados na Constituição da República, bem como de quaisquer outros decorrentes do regime e dos princípios que ela adota e daqueles constantes dos atos internacionais firmados pelo Brasil.

    § 1º - Ninguém será discriminadoprejudicado ou privilegiado em razão de nascimento, idade, etnia, cor, sexo, estado civil, orientação sexual, atividade física, mental ou sensorial, ou qualquer particularidade, condição social ou, ainda, por ter cumprido pena ou pelo fato de haver litigado ou estar litigando com órgãos municipais na esfera administrativa ou judicial.

    § 2º - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício de culto e sua liturgia, na forma da legislação.
    § 3º - O Município estabelecerá sanções de natureza administrativa a quem pregar a intolerância religiosa ou incorrer em qualquer tipo de discriminação, independentemente das sanções criminais.

    § 4º - São proibidas diferenças salariais para trabalho igual, assim como critérios de admissão e estabilidade profissional discriminatórios por qualquer dos motivos mencionados no parágrafo anterior, respeitada a legislação federal.

    A entrevista pessoal - uma das fases mais importantes do processo de seleção - deve seguir preceitos éticos. Muitas vezes, o selecionador, na intensa procura do empregado, expõe o indivíduo a situações que podem provocar distorções na sua avaliação. Uma seleção ética evita perguntas invasivas e estritamente pessoais como, por exemplo “qual a sua religião?”. A aceitação de uma religião ou a falta de uma crença não interfere no desempenho de um trabalhador seja ele especializado ou não. 
    Esta pergunta caracteriza uma infração as leis que permeiam a nossa República, pois fica caracterizada a discriminação do candidato ao emprego se este não corresponder ao conceito de religião “correta” aceita pelos empregadores. 

    A intolerância religiosa é terreno fértil para outras infrações e nesta Casa de Leis cabe a nós coibir e criar modos de fazer cumprir a Constituição e as Leis.

    sexta-feira, 26 de abril de 2013

    INICIAÇÃO







    São diversos os caminhos que levam uma pessoa a iniciar-se no Candomblé. Muitas porque foram escolhidas pelo Òrìsà e têm que ser iniciadas, outras porque assim o quiseram, com a conco
    rdância dos Òrìsàs, por amor a Religião.

    O primeiro degrau é passar pelo ritual de BORÍ ( oferenda a cabeça ) sendo denominados à partir dessa data como ABÍYÁN. O ABÍYÁN poderá ficar a vida inteira nesta condição se o Òrìsà assim o desejar ou deverá ser iniciado imediatamente em decorrência da manifestação física do Òrìsà, conhecida como "bolar no santo ". Através do jogo será previsto a data do início do processo, determinado pelo Òrìsà do iniciado e pelo Òrìsà da casa, etc... . Esse processo durará no mínimo sete anos.

    O ABÍYÁN ficará no ILÉ ÒRÌSÀ por três semanas ou mais, dependendo da qualidade do santo. Descansará, passará por limpeza física e espiritual, através de banhos, rituais e sacrifícios. De dentro do quarto sagrado ( RONKÒ ) só sairá para cerimônias em outros aposentos do ILÉ ÒRÌSÀ ou matas, mar, cachoeiras, rios, etc... . Nesta etapa o ABÍYÁN passa a ser denominado de IYAÓ. Aprende como comportar-se junto aos mais velhos, as rezas, as danças, etc... . Decorrido os dias e terminado os rituais, é chegada a hora da cerimônia pública.

    Na primeira saida se apresentará vestido e pintado de branco com ÌKÓODÍDE amarrado na cabeça por palha da costa e baterá o PAWÒ para os locais sagrados do ILÉ e o DÓBÁLÈ ou YÌNKÁ para a ÌYÁLÒRÌXÀ ou BABALÒRÌXÀ.

    Na segunda saida se apresentará com roupas e corpo coloridos. Nesta ocasião será escolhido uma pessoa de outro ILÉ ou nação para que peça ao Òrìsà que revele o nome ( ORÚKO ) do iniciado.

    Na terceira saida se apresentará com a roupa característica do Òrìsà, lembrando seus atributos e histórias, comemorando-se, assim, o novo nascimento, através de danças e rituais.

    Durante o período do recolhimento foi colocado no pescoço do IYAÓ o ÌLÈKÈ ( quelê ) que só poderá ser removido após 12 ( doze ) semanas, ocasião em que o grito com o qual o Òrìsà se anuncia será conhecido. Durante este período será respeitado e evitado todos os prazeres da vida normal, além de uma série de ÈÈWÒ ( proibição ).

    Posteriormente a retirada do ÌLÈKÈ, haverão obrigações de um ano, três anos, cinco anos, se for o caso, e finalmente a confirmação final da iniciação aos sete anos, ocasião em que se tornará EEBONMI ( mais velho ) e em cerimônia pública poderá receber o conjunto de símbolos, denimonado DEKÁ, e estará apto a abrir seu ILÉ ÒRÌSÀ, caso tenha sido revelado o caminho no jogo dos búzios. Caso contrário, permanecerá no ILÉ e deverá receber cargo para atuar junto a ÈGBÉ ( comunidade ) .

    http://jefferson_oliveira15.no.comunidades.net

    terça-feira, 23 de abril de 2013

    ORISÁ OGUN







    ORIXÁ da guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia. Em muitas lendas aparece como irmão de Oxósse e Exú. Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção.Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà, seu dia é a terça-feira.Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc. É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores.


    O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUM


    Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.


     guardioesdaluz.com.br














    segunda-feira, 22 de abril de 2013

    PORQUE OYA SE TRANSFORMA EM BORBOLETA


    Porque OYA se transforma em borboleta



    Por que OYA se transforma em borboleta e esta associada a esta.
    Oya e ngò viviam juntos nesta fase, Òsún e Obà já não ficavam mais tanto com ngò devido à ira de ngò e os maus tratos que ambas sofriam.
    Oya que não leva desaforo para casa e impaciente andava em pé de guerra com o grande Rei que há tempos procurava diversão fora dos limites de seu palácio.
    Oya revoltada decidiu fugir, ngò quando chegou ao palácio deu por falta de sua esposa.
    Oya desesperada e com medo de voltar para ngò acabou pedindo ajuda a Èsù, já que os dois sempre se deram muito bem.
    Oya deu a Èsù todos os materiais que Ele pediu, e, assim Èsù fez um encantamento para Oya.
    Toda vez que sentisse medo Ela se transformaria em borboleta que é linda, colorida e inofensiva.
    ngò enfurecido e revoltado soltando raios e trovões com a fuga de sua esposa, ao se encontrar com Èsù, Ele lhe disse que não teria visto Oya.
    Neste mesmo momento Oya que estava em sua forma de borboleta observava tudo do alto.
    Oya voltando a sua forma de Òrìsà perguntou a Èsù, o porquê de se tornar uma borboleta e não outros elementos da natureza.
    Èsù lhe respondeu:
    Como vento e nervosa Você arrasaria o mundo em vendaval.
    Como raio Você acabaria com as aldeias.
    Como fogo Você destruiria o mundo.
    Com os seus filhos Égùn-gùn Você apavoraria a humanidade.
    Como borboleta alem de manter suas cores e perfumes que simbolizam a sorte, Você também será capaz de voar com suas asas ao sabor do vento, afinal de contas quem em seu juízo perfeito mataria uma bela borboleta.
    Èsù deixou o local muito feliz e satisfeito, fez com que Oya jamais se tornasse preza de alguém.
    Oya feliz se transformou outra vez em uma bela borboleta (símbolo de sorte).
    E saiu através dos ventos....
    Ya Angela Ti Oya

    sábado, 20 de abril de 2013

    LENDA DE OXUMARE


    lenda de oxumare

    orixá oxumare
    orixá oxumare
    Oxumarê



    Simbolizado pela serpente. Sua tradução, quer dizer: arco íris, bem como uma versão, essencialmente masculino, e outra, como fêmea ou macho (Besèn e Frekuén). Besèn, a parte feminina de Oxumarè, que se transforma durante seis meses do ano (também evidenciado pela sua mudança de pele). Parente de Nanã e Obaluaiye, o que mostra sua relação com a terra e seus ancestrais.

    É a mobilidade e a atividade. Uma de suas obrigações, em suas múltiplas funções, é a de dirigir o movimento, é o senhor de tudo que é alongado.

    O cordão umbilical, que está sob o seu controle; é o símbolo da continuidade e permanência e, algumas vezes é representado por uma serpente que se enrosca e morde a própria cauda. Sua dupla natureza de macho e fêmea, é simbolizada pelas cores vermelha e azul que cercam o arco íris, ou, verde e amarelo dependendo da região.

    Também representa a riqueza, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos yorubás. Seus iniciados usam brajás , longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de uma serpente, e trazer na mão um ebiri, espécie de vassoura feita com nervura das folhas de palmeira, ou Idan duas cobras em ferro forjado.

    Durante suas danças, apontam alternadamente para o céu e para a terra. Através do arco íris, se torna o elemento de ligação entre o céu e a terra, fazendo a ponte aiyé-orún, transporta mensagens e oferendas.

    No Dahomé, chama-se Dan, na nação Angola, como Angoro, sua saudação é Aroboboy.


    Orixá cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem movimento, ação e transformação.

    Por ser bissexual, tem uma natureza dupla; é representado na mitologia daomeana por uma cobra e o arco-íris, que significam a renovação e a substituição.

    Durante seis meses é masculino, representado pelo arco-íris e tem como incumbência levar as águas da cachoeira para o reino de Oxalá no Orum (céu).

    Nos outros seis meses, Oxumarê assume a forma feminina, e nessa fase, seria uma cobra que vez ou outra se transforma em uma linda deusa chamada Bessém. A dualidade de Oxumarê faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo.

    Como uma cobra, morde a própria cauda formando o símbolo ocidental do Orobóros, gerando um movimento circular contínuo que representaria a rotação da Terra e próprio movimento incessante dos corpos celestes no espaço. Nas lendas, aparece sempre como filho de Nanã e Oxalá.

    No Brasil, seus iniciados usam o brajá, um longo colar de búzios trabalhados de maneira a parecerem as escamas de uma serpente.

    Durante sua dança, o iaô aponta os dedos para cima e para baixo, alternadamente indicando os poderes do céu e da terra. Em algumas regiões é cultuado como deus da riqueza, simbolizado por uma grande cunha entre seus apetrechos de culto.

    Oxumarê está presente nas negociações, no pagamento das contas, no recebimento de um prêmio, na compra, nos negócios envolvendo gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nas financeiras, enfim, nos lugares em que se manuseia dinheiro.



    Oxumarê era um babalaô que atendia o rei de Ifé. Porém não era um homem de fama, não tinha riquezas nem poder. Sentia-se humilhado, como humilhado vivera seu pai, conhecido pelo nome de Senhor-do-xale-colorido. Oxumarê estava triste e foi consultar um adivinho.

    Ele ensinou-lhe um ritual para tornar-se rico e poderoso. Deveria oferecer uma faca de bronze e quatro pombos, bem como oferecer búzios em boa quantidade.

    Oxumarê, obediente pôs-se a fazer a oferenda mas, nessa mesma hora o rei mandou chamá-lo. Oxumarê recusou-se a atender à ordem, dizendo que iria depois de terminada a cerimônia. O rei ficou enfurecido com a ousadia e deixou de pagar uma divida a Oxumarê.

    Quando Oxumarê retornou à sua casa, recebeu um chamado de Olocum rainha de um país vizinho, que necessitava de sua sabedoria para a cura de seu filho. Ifá foi consultado por Oxumarê que fez as oferendas necessárias e curou o filho de Olocum.

    Em gratidão ela ofereceu-lhe riquezas, cavalos, escravos e uma lindo pano azul. Retornando à casa com um inestimável tesouro, Oxumarê foi saudar o rei, que muito se admirou ao ver a opulência do Babalaô antes tão pobre. Quis saber sobre os presente recebidos.

    Oxumarê contou da cura do filho de Olocum. O rei, que tinha uma rivalidade nata com quer que fosse, não queria ficar a baixo de Olocum. Então ofereceu a Oxumarê uma roupa vermelha muito preciosa e muitos e muitos outros presentes foi assim que Oxumarê tornou-se rico e respeitado.



    Oxumarê e o Arco Íris



    Cintilam acima do horizonte as sete cores do espectro solar: violeta, anil, azul, verde, amarelo, alaranjado, vermelho. É o arco-íris. O mesmo arco-da-velha nosso e dos portugueses, cujo nome vem da corcova das anciãs.

    O arco-da-velha muda o sexo de quem passar por baixo e devora as crianças que se aproximarem muito do lugar onde ele principia.

    O arco-íris é a coroa luminosa de uma das sete Iemanjás, a mais velha de todas. Serpente multicolorida, suga a água da terra para o céu, a fim de abastecer o palácio de Xangô, seu amo. Daí a cerimônia intitulada "matança de Oxunmaré", em que as filhas-de-santo vão encher suas quartinhas na fonte mais próxima do candomblé, trazendo festivamente água para Xangô. Um rito de purificação, como o da "Água de Oxalá".

    Na Bahia, perto de Pirajá, existe um local conhecido como Milagre de São Bartolomeu, aonde a gente dos candomblés vai se banhar ritualmente, cada 24 de agosto. Na queda, as águas batem e se pulverizam, o arco-íris de Oxunmaré, que se incorpora imediatamente em suas filhas, assim que elas molham o corpo nas águas lustrais. Outro ritual de purificação.

    O caracter sobrenatural do arco-íris não é exclusivo dos negros africanos e dos adeptos dos candomblés baianos.

    Cessado o dilúvio, Jeová anunciou a Noé que o arco-íris estabelecia a aliança divina com o homem e todas as criaturas vivas (Gen. 9:12,13). Nas ilhas do Pacífico, o arco-íris é a cinta de um deus; no Oriente Próximo, o cinturão de Alá.

    Também é tido como uma ponte: ponte dos deuses nórdicos, ponte das almas dos antigos escandinavos e dos índios do Novo Mundo, ponte de São Bernardo, ponte do Espírito Santo, ponte de seda dos franceses e "ponte feita de pérolas", do poeta Schiller.

    Oxunmaré é um orixá andrógino, sendo sua bissexualidade representada pelas duas cores extremas do arco-íris: violeta (interna, feminina) e vermelha (externa, masculina). Seu assentamento, fora do recinto do candomblé, é feito em dois potes: um macho, com pequenos chifres (símbolos de poder) e outro fêmea. Também pode-se fazer sua morada em certas árvores, em cujas raízes são assentados seus símbolos.

    Os filhos do Oxunmaré dançam com o índice apontado alternadamente para a terra e para o céu. Usam longos colares de búzios (cawries), enfiados de forma a que pareçam escamas de serpente. Ás vezes trazem na mão o obiri, vassoura feita com nervuras de folhas de palmeira. Comumente portam a serpente de ferro forjado.

    Oxumarê é o Arco-Íris, sinal de bons tempos, de bonança. É o Orixá da riqueza, do dinheiro, chamado carinhosamente de “o banqueiro dos Orixás”. É a cobra sagrada Dan. Orixá da prosperidade, da fartura, do lucro. Oxumarê está presente praticamente em todos os momentos de nossa vida, pois tudo gira em torno do dinheiro.



    Oxumarê está presente nas negociações, no pagamento das contas, no recebimento de um prêmio, na compra, nos negócios envolvendo gastos, lucros e despesas. Está presente nos bancos, nas financeiras, enfim, nos lugares onde se manuseia dinheiro.

    É também o Orixá da prosperidade, da fartura, da abundância. É o Orixá que sabe fazer negócios. Quando se vai fechar um contrato, fazer uma compra, uma proposta, vender algo, invocamos Oxumarê para nos orientar.Oxumarê também é a beleza das cores. É o Arco-íris, que vai colorir o céu, anunciando coisas boas. É o fenômeno que vai gerar o colorido dos céus. É a beleza da cor, a hipnose da cobra, a felicidade do lucro.

    Oxumarê é filho de Nanã , irmão gêmeo de Ewá e tendo como irmãos mais velhos Ossãe e Obaluaê. Oxumarê sempre foi frágil, franzino, mas dotado de grande inteligência e capacidade.

    Suas cores: verde-rajado de preto ou amarelo-rajado de preto. Carrega na cabeça um capacete ornado com palha da costa e búzios ou uma rodilha em forma de cobra, no pescoço colares de miçangas e na mão uma ferramenta em forma de serpente.



    As características dos Orixás e a personalidade humana



    Orixá deus das chuvas e do arco-íris. As pessoas desse Orixá geralmente são pacientes e perseverantes. Não medem sacrifícios para ajudar aos necessitados e estão sempre dispostos a lutar para conseguir seus objetivos.



    Orixá andrógino, cuja função principal é a de dirigir as forças que produzem
    movimento, ação e transformação. Por ser bissexual, tem uma natureza dupla;
    é representado na mitologia daomeana por uma cobra e o arco-íris, que
    significam a renovação e a substituição.

    Durante seis meses é masculino, representado pelo arco-íris e tem como
    incumbência levar as águas da cachoeira para o reino de Oxalá no Orum (céu).
    Nos outros seis meses, Oxumaré assume a forma feminina, e nessa fase, seria
    uma cobra que vez ou outra se transforma em uma linda deusa chamada Bessém.

    A dualidade de Oxumaré faz com que ele carregue todos os opostos e antônimos
    básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo.

    Como uma cobra, morde a própria cauda formando o símbolo ocidental do
    Orobóros, gerando um movimento circular contínuo que representaria a rotação
    da Terra e próprio movimento incessante dos corpos celestes no espaço. Nas
    lendas, aparece sempre como filho de Nanã e Oxalá.



    ARCO-ÍRIS E SERPENTE:

    "AQUELE QUE SE DESLOCA COM A CHUVA E RETÉM O FOGO NOS SEUS PUNHOS"


    Orixá do movimento e da riqueza.

    Oxunmaré (nagôs), Dã, Dambellah, Dambellah Aedo, Aido Awedo, Dambirá ou Cobra Sagrada (jejes), Angorô (angolas) Angoroméa (congos).


    DIA
    Terça-feira.



    SINCRETISMO
    São Bartolomeu, (festa dia: 24 de agosto).


    INSÍGNIA
    A serpente de ferro.


    INDUMENTÁRIA
    Saia armada, branca, com enfeites, uma larga faixa (ojá) de cor verde, atada nas costas. Coroa multicolorida. Pulseiras e braceletes de búzios.


    CONTAS:
    Amarelas e verdes; ou fio de contas multicoloridas passado em água de casca de banana-figo, usado no pescoço ou no pulso.


    SACRIFÍCIOS
    Patos.


    COMIDAS
    guguru e uma mistura, no azeite-de-dendê, de feijão, milho e camarões cozidos.


    SAUDAÇÃO
    AHOBOBOÍ! (Edison Carneiro dá: ARROBOBÔ!); alguns dão também: ARÔ BOBOI !


    CORES
    Verde e amarelo, preto e amarelo, multicolor; verde-rajado de preto ou amarelo-rajado de preto. Carrega na cabeça um capacete ornado com palha da costa e búzios ou uma rodilha em forma de cobra, no pescoço colares de miçangas e na mão uma ferramenta em forma de serpente.


    NATUREZA
    Arco-íris, céu, Sol, Terra, chuva fina.


    METAIS
    Ouro, prata.


    PEDRAS
    Topázio, esmeralda, diamante.


    PERFUMES
    Ophium, Amazone, Polo e Calandre.


    COMO USAR
    Alternados, às terças-feiras até as 18 horas.


    FILHOS FAMOSOS
    Bach, Van Gogh, Salomão, Cleópatra.


    OFERENDA
    Cobra" de batata-doce amassada e banana-figo, frita em azeite doce.


    ELEMENTO
    Terra.


    PLANTAS
    dracena (pau dágua ), batata doce, cana do brejo, parietária.


    ANIMAIS
    serpente.


    COMIDA
    batata doce, omolocum, bertalha com ovos; banana


    BEBIDA
    água


    DOMÍNIO
    fertilidade


    O QUE FAZ
    dá sorte, fartura e fertilidade. Protege a gravidez.


    QUEM É
    o mensageiro dos Orixás para os mortais


    CARACTERÍSTICAS
    astucioso, adaptável, criativo, inquieto, mutável, tortuoso, inteligente,alegre, vingativo


    QUIZÍLIA
    sal, água salgada


    ONDE RECEBE OFERENDAS
    em poços ou fontes na mata


    RISCOS DE SAÚDE
    pressão baixa, vertigens, problemas de nervos. Problemas alérgicos e de pele.


    PRESENTES PREDILETOS
    flores multicores, velas, suas comidas e bebidas preferidas


    OBSERVAÇÃO

    Oxumaré costuma promover grandes reviravoltas na vida de seus filhos anualmente,muitas vezes na época de seu aniversário.Tanto pode ocorrer um problema de saúde como uma mudança de emprego, de casa, o afastamento de velhos amigos e chegada de novos etc.


    OXUMARÉ
    por Umbanda Esotérica:


    (Data festiva : 08 de dezembro)
    Comemora-se em 8 de dezembro pela grande afinidade com Mãe Oxum, existindo até um mito de ser o seu desdobramento. Mas é um orixá masculino representado pelo Arco-íris.

    É o "santo" do sábado, do latão, do berilo e da tangerina. Mora nas cachoeiras e nas águas correntes, principalmente após as
    chuvas. Usa as cores do arco-íris. Não existem filhos desse orixá e não tem sincretismo.


    Oxumaré
    por PORTAL GURUWEB:


    Filho de Oxalá e Nanã, ele é o arco-íris que liga o céu e a terra, a
    serpente que fecunda o solo e gera riquezas. Feminino e masculino ao mesmo tempo, simboliza a interação das energias. Além disso, é senhor da dualidade, do movimento, do girar incessante da vida, da perpétua renovação.

    Em forma de serpente, Oxumaré morde a própria cauda e assume uma forma circular que lhe permite manter em equilíbrio os corpos celestes. No sincretismo religioso, está associado a São Bartolomeu.



    OS CARGOS DENTRO DO CANDOMBLÉ


    Os Cargos Dentro do Candomblé

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    trono.jpg
    A hierarquia do candomblé:
    Os Cargos dentro da casa de candomblé
    O candomblé é uma religião que muito teve que lutar pra chegar até os dias de hoje, um dos fatores que manteve a sua sobrevivência foi a hierarquia. A hierarquia dentro de uma casa de candomblé sempre foi inquestionável e está .
    Primeiro vamos ver os cargos que também designam uma hierarquia dentro de uma casa de Ketu:
    1. Yalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
    2. Yaegbe/baegbeé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
    3. Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé.
    4. Iyakekere Babakekere: Mãe / Pai pequeno do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
    5. Ojubonã: É a mãe criadeira.
    6. Iyamoro: Responsável pelo Ipadê.
    7. Iyaefun / Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iyawos.
    8. Iyadagan: Auxilia a Iyamoro.
    9. Iyabassê: Responsável no preparo dos alimentos sagrados.
    10. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
    11. Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
    12. Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
    13. Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
    14. Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
    15. Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar recolhido.
    16. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
    17. Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Kosí Ewé, Kosí Orixá.
    18. Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hierarquia.
    19. Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Trabalha em conjunto com Iyalorixá / Babalorixá, iniciados e Ogans. Não pode errar.
    20. Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens.
    1. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
    2. Iyaquequerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
    3. Babaquequerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
    4. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos ritual.
    5. Agibonã: mãe criadeira supervisiona e ajuda na iniciação
    6. Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
    7. Iyabassê: (mulher): responsável pela preparação das comidas de santo
    8. Iaô: filho-de-santo (que já incorpora Orixás).
    9. Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
    10. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais. (não entram em transe).
    11. Alagbê: Responsável pelos atabaques e pelos toques. (não entram em transe).
    12. Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
    13. Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
    Lembro aqui que o primeiro povo a chegar no Brasil, foram os Banto (ou Bantu), o segundo Os Nago trazendo a Nação Ketu e por último os Ewe-Fon que aqui passaram a ser denominados como Djeje, hoje uma grande Nação.

    A hierarquia do candomblé Jeje:
    No Jeje-Mahi
    1. Doté é o pai-de-santo, cargo ilustre do filho de Sogbô
    2. Doné é a mãe-de-santo, cargo feminino na casa Jeje, similar à Yalorixá
    Os vodun-ses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
    No Jeje-Mina
    1. Toivoduno
    2. Noche
    No Kwe Ceja Undé
    • Gaiacú, cargo exclusivamente feminino
    • Ekede
    Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.

    sexta-feira, 19 de abril de 2013

    O RITUAL DA CURA



    O ritual da “cura” na sexta-feira da Paixão dentro da casa de Candomblé.

    O Ritual da Cura ou Fechamento de Corpo praticado em muitos candomblés na Sexta Feira da Paixão, que é uma data que os católicos dedicam à memória da crucificação de Jesus Cristo, tem origem nas mais antigas práticas bantos de calundus (formações religiosas anteriores à formação do candomblé modelado pelo Ketu na Bahia).
    Algumas tradições Jeje Mahi, formações de candomblés Nagô Vodum, e Jeje Nagô principalmente, absorveram, em sua formação, do elemento banto presente no Recôncavo Baiano, tal tradição, umas casas como as de Candomblé de Angola realizam na Sexta Feira da Paixão e outras tradições segmentadas e formações não propriamente no dia santificado dos católicos, mas em etapa anterior ao sacrifício do bicho de 4 patas do rito de iniciação.
    A “cura” é uma denominação para a “cruza ou cruz”, sinal recebido dos mercadores e traficantes de escravos para marcá-lo e distingui-lo dentro de um grande número de indivíduos, principalmente assim agiam os mercadores e traficantes espanhóis, portugueses e brasileiros (muitos referidos ao longo da História como sendo portugueses). Tal símbolo era marcado nos braços, peito, costas dos escravos de forma a marcá-lo com sendo já batizados e, portanto que já haviam recebido o nome pelo qual deviam ser conhecidos doravante, só então depois eram conduzidos ao Brasil em navios negreiros. Tal flagelo atendia a grandes encomendas de escravos principalmente para o árduo trabalho da lavoura no Ciclo da Cana de Açúcar.
    Em fongbè (Língua Fon) a cruz é denominada kluzú (pronunciando-se curuzú, que dá nome a uma localidade em Salvador, Bahia). Para o indivíduo banto de forma geral e principalmente no Brasil ficou entendida como “cura”. Também no Brasil muitos índios entenderam o símbolo da cruz como curuçá ou cruçá a partir dos Jesuítas, passando assim a denominá-la.
    O segredo do Fechamento de Corpo no Ritual da Cura está no que lhe é passado depois da marcação do sinal e o que é rezado naquele momento, diferindo os ingredientes passados e ingeridos e as rezas de acordo com o candomblé. 

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    CANDOMBLÉ - NAÇÃO JEJE





    NAÇÃO JEJE


    A palavra JEJE vem do iorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro.
    Portanto, não existe e nunca existiu nenhuma nação Jeje, em termos políticos.
    O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins.
    Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de “Savê” que era o lugar onde se cultuava Nanã.
    Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Odudua, que é o fundador de Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons).
    O Abomei ficava no oeste, enquanto Axantis era a tribo do norte.
    Todas essas tribos eram de povos Jeje.
    Os povos Jejes se enumeravam em muitas tribos e idiomas, como: Axântis Gans Agonis Popós Crus, dentre outros.
    Portanto, teríamos dezenas de idiomas para uma tribo só, ou seja, todas eram Jeje, o que foge evidentemente às leis da linguística - muitas tribos falando diversos idiomas, dialetos e cultuando os mesmos Voduns. As diferenças vinham, por exemplo, dos Minas – Gans ou Agonis,Popós que falavam a língua das Tobosses, que a meu ver, existe uma grande confusão com essa língua.
    Os primeiros negros Jeje chegados ao Brasil entraram por São Luís do Maranhão e de São Luís desceram para Salvador, Bahia e de lá para Cachoeira e São Félix.
    Também ali, há uma grande concentração de povos Jeje. Além de São Luís (Maranhão), Salvador e Cachoeira e São Félix (Bahia), o Amazonas e bem mais tarde o Rio de Janeiro, foram lugares aonde encontram-se evidências desta cultura.
    Os Voduns: Segue alguns nomes dos Deuses Voduns:

    *Ayzan – Vodun da nata da terra 

    *Sogbô – Vodun do trovão da família de Heviosso 

    *Aguê – Vodun da folhagem 

    *Loko – Vodun do tempo 

    Os vodun-ses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné.
    Os cumprimentos ou pedidos de bençãos entre os iniciados da família de Dan seria
    “Megitó Benoí?” Resposta: “Benoí”; e aos iniciados da família Kaviuno, ou seja, Doté e Doné seria “Doté Ao?” Resposta: “Aótin”.
    O termo usado “Okolofé”, cuja resposta é “Olorun Kolofé” vem da fusão das Nações de Jeje e de Ketu.
    Muitos Voduns Jeje são originários de Ajudá. Porém, o culto desses voduns só cresceram no antigo Dahomé.
    Muitos desses Voduns não se fundiram com os orixás nagos e desapareceram totalmente.
    O culto da serpente Dãng-bi é um exemplo, pois ele nasceu em Ajudá, foi para o Dahomé, atravessou o Atlântico e foi até as Antilhas.
    Quanto a classificação dos Voduns Jeje, por exemplo, no Jeje Mahin tem-se a classificação do povo da terra, ou os voduns Caviunos, que seriam os voduns Azanssu, Nanã e Becém.
    Temos, também, o vodun chamado Ayzain que vem da nata da terra. Este é um vodun que nasce em cima da terra.
    É o vodun protetor da Azan, onde Azan quer dizer “esteira”, em Jeje. Achamos em outro dialeto Jeje, o dialeto Gans-Crus, também o termo Zenin ou Azeni ou Zani e ainda o Zoklé. Ainda sobre os voduns da terra encontramos Loko.
    Ele apesar de estar ligado também aos astros e a família de Heviosso, também está na família Caviuno, porque Loko é árvore sagrada; é a gameleira branca, que é uma árvore muito importante na nação Jeje. Seus filhos são chamados de Lokoses.
    Ague, Azaká é também um vodun Caviuno. A família Heviosso é encabeçada por Badë, Acorumbé, também filho de Sogbô, chamado de Runhó. Mawu-Lissá seria o orixá Oxalá dos yorubás. Sogbô também tem particularidade com o Orixá em Yorubá, Xangô, e ainda com o filho mais velho do Deus do trovão que seria Averekete, que é filho de Ague e irmão de Anaite. Anaite seria uma outra família que viria da família de Aziri, pois são as Aziris ou Tobosses que viriam a ser as Yabás dos Yorubás, achamos assim Aziritobosse.
    ,A palavra Ewe-Fon, por exemplo, a casa de candomblé da nação Jeje chama-se
    Kwe = “casa”.



    Palavras mais utilizadas no Candomblé.


    Abô e Oubikó = carneiro
    Coquém e Sacuê = galinha d’angola.
    Adié = galinha.
    Uabaodié = galinha, galo.
    Malu = boi.
    Aban-malu = vaca.
    Ifé e Olofu = gato.
    Akokorô = galo.
    Pekeié e Apepeié = pato.
    Exie atabexi = cavalo.
    Patapá = burro.
    Ajaú e Adiaia = cachorro
    Eran e Abô = carneiro.
    Aledá e Ledé = porco.
    Agutan = ovelha.
    Euré = cabra.
    Taleu-taleu = peru.
    Ajapá e Logozé = cágado.
    Adjiniju = elefante.
    Ouê-êyá = rabo grande.
    Koji = leão.
    Zamba = elefante.
    Xenimi e xenifidam = sapo.
    Abô-agutam = ovelha.
    Oguri = peixe.
    Eiyele = pombo.
    Alodé = periquito.
    Ohá e Dudô = macaco.
    Ará = corpo.
    Ory = cabeça.
    Ipakó = nuca.
    Etu = orelha.
    Imum = nariz.
    Iban = queixo.
    Irun = cabelo.
    Irun-ban = barba e bigode.
    Efin = dente.
    Eeté = lábios.
    Apá = braço.
    Qué = mão.
    Esse e Alessé = pé.
    Itankó = coxas.
    Idi-cu = ânus.
    Kitaba e Ebeu = vagina.
    Éepã = testículo.
    Ogungum = osso.
    Enum = boca.
    Erã e Ancê = carne.
    Ejé = Sangue.
    Euú e oju = olhos.
    Okan = coração.
    Eigiká = ombros.
    Obó = nádegas.
    Akô = macho.
    Abam = fêmea.
    Mulembu = dedo.
    Rivenum = barriga.
    Utensílios Família
    Ilê = casa.
    Ajaké e Tapacê = mesa.
    Jajá = esteira.
    Egui = carvão.
    Nlê = teto.
    Anda = rede.
    Tainguém = mesa.
    Tânta-laiá = lâmpada, luz, clarão.
    Jará = quarto.
    Aputi = banco.
    Ilê-ageun = cozinha.
    Cumbaú = cama.
    Idiôçu = cadeira.
    Ajeké-neulune = fogão.
    Teçu = candieiro de querosene.
    Odu-ikekê = panela grande.
    Itá = travessa, tigela de louça vidrada.
    Obé-farÁ = faca tridente ou garfo tridente ou lança tridente.
    Ikkô = panela.
    Obé = faca.
    Oberó = alguidar.
    Obé-nuxo-inxó = faca de ponta.
    Babá-nla = avó, patriarca.
    Babassá = irmão gêmeo.
    Aua-mete = tio.
    Okorim = esposo, marido.
    Yá-lé = mulher favorita.
    Omâm omoborim = filho.
    Babá = pai.
    Bi-egun = viúva.
    Okebiã = noivo.
    Obirim = esposa, mulher.
    Mô-obirim e obirim-mim = minha mulher.
    Exi omobirim = filha.
    Ya-nla = avó.
    Muturi = viúva.
    Yá = mãe.
    Ikobassu = solteiro.
    Oko-Okorim = homem.
    Ô-madê = menino.
    Tata-mete = primo.
    Okuamuri = casado.

    Vestuário
    Cores
    Axó = roupa.
    Ubatá = sapato.
    Abatá e batá = sapatos.
    Filá = gorro, capuz de Obaluayê.
    Akêtê = chapéu.
    Ojá = fita, faixa.
    Peké-pe’é = chapéu-de-sol.
    Axó-dudu = roupa suja.
    Abadê = toalha.
    Dudu = preto
    Fin-fun, mandulé = embombo e puti-branco.
    Obádo = verde.
    Eivikei = vermelho.
    Okâm = azul.
    Mucumbe = roxo.
    Kiobambo = amarelo.

    Bebidas Bebidas
    Omim = água.
    Otin-nibé = cerveja.
    Otin-dudu = vinho tinto.
    Otin-fum-fum = aguardente.
    Oin = mel
    Aluá = Brasil, refresco feito de rapadura com casca de abacaxi ou tamarindo.
    Xeketé = milho e gengibre.
    emeium = feito com epô.
    furá = feito com diversas frutas.

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